Os Estados Unidos são os que mais consomem a fruta no mundo e se depara com um quadro de declínio na produção devido a uma bactéria que atinge as plantações.
No mundo, os Estados Unidos são os primeiros em consumo de suco de laranja, a Florida sendo o estado norte-americano que domina a produção local. O Brasil, país que mais produz o alimento, se depara com altos custos para dispor sua mercadoria no mercado estadunidense, um assunto recorrente aos dois países em suas tratativas bilaterais. Dessa forma, o que se passa nos EUA é de interesse dos produtores brasileiros. Veja a seguir a situação atual americana devido ao greening, praga que ataca as plantações de laranja e que também acontece no Brasil:
“A safra de frutas cítricas dos EUA no primeiro mês do ano está trazendo desafios para os produtores de laranja da Flórida. A época 2021/22, de outubro ao verão, deve resultar menos de 45 milhões de caixas de 90 libras no estado. Dessa forma, seria a primeira vez que a Flórida teria uma colheita menor da temporada em relação à Califórnia, sendo esta produtora de 47 milhões de caixas de laranja.
Enquanto os negociantes podem estar observando o preço do suco de laranja elevar-se, o perigo é mais real para os que cultivam cítricos na Flórida e seus colaboradores, que se voltam para o governo estadual para solicitar apoio na luta contra a praga do greening cítrico, que é o motivo principal por trás do estrago causado a safra. A colheita da Flórida seria a pior em mais de 75 anos, de acordo com a Newsweek.

Boa parte dos produtores se tornam aptos para receber ajuda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em caso de calamidade para compensar os pomares que a doença eliminou. Contudo, para cultivar árvores mais resistentes futuramente, a Universidade da Flórida recomenda procedimentos com nutrientes para despertar a reação de defesa nas plantas. J. Scott Angle, pesquisador e líder do Instituto de Ciências Agrícolas e Alimentares da UF, afirmou que faria uma visita à capital Tallahassee para pressionar às autoridades por orientações atualizadas de administração de nutrientes. A UF/IFAS captou mais de 2,2 milhões de dólares em recursos federais para o combate à crise.
Não é novidade os desafios enfrentados pela indústria de cítricos nos EUA, especialmente pelo clima desfavorável. A diminuição do tamanho da colheita, entretanto, sempre foi passageira, como ocorreu nos casos do inverno de 1998/99 e do furacão Irma no tempo de 2017/18 (exclusivamente na Flórida).
A diminuição devido a praga do greening tem alcançado um nível constante e que gera preocupação. O decaimento das lavouras pós safra 2003/04, segundo dados do USDA, quando a praga foi registrada pela primeira vez no comércio do setor, é bem evidente. Naquela época, a Flórida conseguiu produzir 242 milhões de caixas de 90 libras. A colheita desta temporada não se encaixaria em 20% dessa produção”.
Fonte: Forbes, 20/02/2022